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an-dando

Quando me escrevo, descrevo. Quando descrevo, estou. Quando estou, dou.

an-dando

Quando me escrevo, descrevo. Quando descrevo, estou. Quando estou, dou.

Talvez amanhã

09.01.25

Se o amanhã se desnudasse perante mim que vivo perdido num caminho precário, numa ilusória realidade, acreditando que aquilo que se alberga nos recantos da memória é pedra e cal 

Se esse amanhã se revelasse agora, neste preciso momento em que a minha alma se dilacera, rejeitando e sofrendo com o lado mais escuro e sujo da vida, essa parte que nem as lágrimas conseguem lavar

Se tal amanhã mostrasse a surpresa resultante dos acontecimentos ocultos e espantosos que, na sequência do tempo, aguardam a sua vez, 

Se antecipasse a magia do ainda por experimentar, as sombras das maravilhas que se escondem atrás do véu dos dias por chegar

Sim, se tal fosse possível, mesmo que só um pouco,

Então deitar-me-ia nesse abraço do amanhã, com a certeza de que o hoje, na verdade, não tardará a passar