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an-dando

Quando me escrevo, descrevo. Quando descrevo, estou. Quando estou, dou.

an-dando

Quando me escrevo, descrevo. Quando descrevo, estou. Quando estou, dou.

A propósito de olhares - I

09.04.24

Não sei na verdade se tudo começou naquele primeiro olhar. Parece-me que, antes mesmo do olhar, houve como que uma intuição, algo indefinível que levou a que o meu olhar se movesse naquela direcção. A questão é mesmo essa: qual a razão que leva a que os meus olhos se movam num determinado sentido e não noutro? Quando vagueio pela rua, sem destino e sem propósito, onde me levam os meus olhos? Porque me detenho numa flor e não na sua vizinha logo ali ao lado? Porque, de entre tudo o que está no âmbito do meu olhar, os meus olhos escolhem ou poisam num determinado pormenor? Não tenho qualquer explicação para estes factos. No entanto, os meus olhos podem levar-me a tomar um determinado sentido. Pergunto novamente: Serão realmente os meus olhos ou algo mais subtil, mais indefinível, mais inexplicável? Ainda mais: será que os meus olhos têm a capacidade de, com o seu foco, determinarem o meu dia de amanhã, o meu futuro? Onde me detenho? O que procuro? A que dou valor, intenção? O que vejo por detrás daquilo que olho? Vejo a flor ou vejo a Primavera? Vejo a rua ou vejo o caminho?

Oh porque é que é tudo tão complexo dentro de mim?