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an-dando

Quando me escrevo, descrevo. Quando descrevo, estou. Quando estou, dou.

an-dando

Quando me escrevo, descrevo. Quando descrevo, estou. Quando estou, dou.

Doçura

31.07.09

Posso falar das saudades que tenho dos dias que já passaram, das aventuras que vivi, dos momentos felizes que encheram a minha vida.

Posso dizer-vos do entusiasmo que senti, do coração palpitante, da emoção galopante, do olhar brilhante, do sorriso nos lábios, do alvoroço, da comoção, dessa energia que me impeliu, que me fez dar saltos nos dias que passaram.

Posso contar-vos como, agora que isso passou e que o tempo é outro, me é difícil adaptar-me, perceber no fundo de mim mesma que agora também é vida, agora também é momento, agora também pode ser entusiasmo, vigor, fulgor, vibração, paixão.

Posso descrever como agora a aprendizagem é mais difícil porque baseada na determinação, na persistência, na paciência, ... Agora falta-me a mola impulsionadora, que no passado tornou tudo tão mais simples. É como se agora a corrente fosse mais fraca, a maré desceu, as águas têm mais dificuldade em seguir o seu curso.

Apesar de tudo, o caminho é incontornável. 

E sei que amanhã a maré vai subir, a torrente vai voltar e transportar-me com mais vigor no seu seio.

Basta-me então ter calma, perceber que a maré vazia tem também o seu encanto, é, também ela, uma dádiva que preciso de agradecer em cada dia que passa. Preciso então de desenvolver dentro de mim essa capacidade de  abraçar os doces momentos do desprendimento