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an-dando

Quando me escrevo, descrevo. Quando descrevo, estou. Quando estou, dou.

an-dando

Quando me escrevo, descrevo. Quando descrevo, estou. Quando estou, dou.

O chá

30.07.11

O dia estava quente e apetecia estar ao ar livre para aproveitar esse calor há tanto tempo desejado. A mesa tinha sido posta na varanda, à sombra. Pãezinhos de leite, carcacinhas, queijo e fiambre, bolachas. E, claro, o chá. Ela tinha trazido duas magníficas chávenas de chá, inglesas, finas e belas, decoradas com flores e com um passarinho azul. O chá, esse, também tinha vindo de Inglaterra oferecido pela minha nora. Tudo estava perfeito. Os sorrisos, a amizade, o chá.

 

Sentámo-nos. Ela não comeu porque está de dieta. Mas, evidentemente, fez as honras ao chá. Mas o melhor de tudo foi a conversa, a partilha. Falámos das nossas vulnerabilidades, dos nossos limites, das nossas imperfeições. Pensámos em conjunto no significado das coisas, do que nos acontece, das surpresas da vida. Descobrimos os porquês, confirmámos dentro de nós as perspectivas, aceitámos mais um pouco a nossa humanidade, fomos mais longe no entendimento.

 

O vento começou a soprar e ficou um pouco frio. Ela, nascida nas terras quentes de África, tiritou, Fomos para dentro. E a conversa continuou. O chá já tinha terminado; não a nossa partilha. Lá dentro a conversa foi sobre a família, as famílias, pais e filhos, os nossos pais, os nossos irmãos; também sobre dança, paixão de uma, interesse de outra.

 

O tempo fluiu depressa. Na despedida, novamente os sorrisos, os olhares, a evidência de caminhos paralelos que se vão tocando aqui e ali ao longo do tempo. A evidência de que dar as mãos faz sentido, não é difícil e faz toda a diferença. No coração, esse quentinho que nos diz que tudo está bem.

 

A amizade. O chá.