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an-dando

Quando me escrevo, descrevo. Quando descrevo, estou. Quando estou, dou.

an-dando

Quando me escrevo, descrevo. Quando descrevo, estou. Quando estou, dou.

Parar é continuar

26.01.11

Silêncio....

Nem um som, nem um movimento, tudo quieto.

Sombra, penumbra, raios de luz ao longe.

 

Sentada, costas direitas, olhos fechados.

 

Nada circula, nada anda, nada se desloca.

Não há ondas, não há vento, não há nada.

Vazio!

Quietude!

 

No entanto, dentro de mim a azáfama continua.

Sinto o coração bater suavemente no meu peito,

O meu umbigo deslocando-se muito devagarinho para dentro e para fora.

Os pulmões atiram ar cá para fora e as narinas fornecem novo carregamento de oxigénio.

Fluidos levam energia a cada pequena célula do meu organismo.

Dentro de mim toda uma máquina funciona sem parar,

Sem que eu tenha que intervir ou mandar, controlar ou pressionar.

 

No meu cérebro as ideias teimam em não parar,

os pensamentos continuam o seu ritmo.

Cadeias eléctricas percorrem incessantemente todos esses tecidos.

 

Concentro-me.

Centro a minha atenção no umbigo que sobe e desce muito subtilmente.

À minha volta, nada.

 

Passado um bom bocado, desperto para a vida.

Descansada, revigorada, renascida.

 

De um instante para o outro, tudo se altera.

Fora de mim, toda uma azáfama, um turbilhão, um frenesim.

Dentro de mim, nada.

 

Assim é a vida, assim os ritmos, a natureza,

O dia e a noite, o som e o silêncio, a azáfama e a quietude.

 

Duas faces de uma mesma realidade.

Importantes, imprescindíveis, incontornáveis.

 

 

Dia de chuva

10.01.11

Hoje queria ter podado as roseiras, tirado as ervas, ter posto composto.

Mas choveu!

Queria ter tratado dos tomateiros, tê-los tirado, arranjado a terra.

Mas choveu!

 

Hoje queria ter ido à mata buscar folhas de eucalipto para a salamandra

Mas choveu!

Hoje queria ter andado lá fora

Mas estava a chover demais.

 

Fiquei por casa.

Acendi a salamandra, ouvi o crepitar do lume.

Desmanchei a árvore de Natal e arrumei tudo.

Coloquei alguns bibelots que tinha trazido, passei a ferro,

Estive a acabar de montar as agulhas de máquina de tricotar.

 

Quis começar a tricotar.

Mas não fui capaz!

 

Em cada momento, pensei no que poderia fazer

Com o tempo que tinha, com as condições que havia.

 

O dia foi bom.

 

Ouvi música clássica, conversei um bocado.

 

Os meu desejos, os meus quereres....

São só isso mesmo!

 

Há muito mais para além deles.

Há aquilo que pode ser.

E isso é muito bom em 90% dos casos!

 

2011

03.01.11

Quero....

 

Um ano de gargalhadas, risos loucos de energias desafiadoras e esmagadoras.

 

Quero....

 

Um ano de sorrisos ternos, abraços fortes, olhares cúmplices e entendedores.

 

Quero....

 

Um ano de gritos altos, berros fantásticos, ecos uivantes e tilintantes.

 

Quero....

 

Um ano de liberdade, de coragem, de dignidade, de exigência, de qualidade, de desafio.

 

E também....

 

Um ano de tranquilidade, de paz, de silêncio, de procura, de audição, de descoberta.

 

Um ano de sonho.

Um caminho a percorrer.

O trabalho mata-me!!

03.01.11

Por acaso, tenho an-dado um bocado devagar.... ou pouco.... ou quase nada.

 

Tenho andado em-bru-lha-da.... em-bru-xa-da.... e-ma-la-da.... fu-ri-o-sa.... Até que me canso de andar assim e pronto... fico ma-ru-lha-da, fo-li-a-da, qua-se se-mi-ce-rra-da, des-trei-na-da, de-cha-ti-a-da.

 

Hoje foi o primeiro dia de trabalho de 2011 e já estou assim.

 

Que hei-de fazer??