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an-dando

Quando me escrevo, descrevo. Quando descrevo, estou. Quando estou, dou.

an-dando

Quando me escrevo, descrevo. Quando descrevo, estou. Quando estou, dou.

Tempo de Natal também é Natal de Tempo

26.12.09

Mensagens de Natal chegam às catadupas à minha caixa de correio electrónica. Porque é simples, porque é fácil, porque é barato. Simplesmente. Pode enviar-se rápida e convenientemente uma frase para toda a gente que consta da lista de endereços por esta ou aquela razão. E assim, de repente, recebo na minha caixa de correio electrónica frases e mensagesn de pessoas que durante os dias do ano não me falam, não me procuram mas que afinal têm o meu nome, por uma qualquer razão, na sua lista de contactos.

Curioso este mundo.

Esse gesto de enviar uma mensagem, mesmo que às cegas para toda a gente, não deixa de ser um estender a mão para toda uma humanidade que está ali e é sem dúvida uma atitude gregária como que a dizer "estou aqui".

Porque corremos nesta vida apressada, sem tempo para olhar nos olhos e dizer de viva voz o que nos vai na alma. Gosto dos telefonemas, dos encontros para troca de prendinhas, dos cafezinhos a provar que para além de uma memória fugidia numa lista de contactos sou importante suficiente na vida dos outros para lhes merecer um pouco do seu tempo.

De facto, o presente que mais apreciei este Natal foi o tempo. O tempo da minha família, dos meus amigos, o tempo de simplesmente estar.

Gosto de estar com as pessoas. Por isso o meu Natal continua; só um dia é muito pouco para conseguir estar com toda a gente de quem gosto.

Feriados

08.12.09

Hoje, agora, o tempo passa devagar, devagaríssimo.

Queria tanto estar noutro sítio, fazer outras coisas, aproveitar este dia de outra forma....

 

Mas não, não pode ser. Preciso de estar aqui, um pouco amarrada.

Mais um dia de aprender paciência.

Invento ideias, puzzles, palavras que encaixo umas nas outras para dar um sentido qualquer a este conjunto amorfo que se espraia informe pelo tic-tac dos minutos do relógio que não existe.

 

Aguardo, aguardo a hora, o minuto de me reapossar de mim, da minha vida, da minha energia para que o vibrar possa manifestar-se em acções e emoções de partilha, de alegrias desenfreadas, de participar em instantes de criação de elos sentidos entre mim e os outros.

 

Daqui vejo a D. Luisa que estende roupa. (De facto, não sei se se chama Luisa ou qual o seu nome... Sera que o nome é importante? É importante que lhe dê um nome, mesmo que esse não seja o real nome). Com um robe cor de rosa, vai estendendo camisas, calças,... vagarosamente como os minutos que passam devagar, devagaríssimo.

Agora são meias escuras. Tem que se esticar toda para conseguir chegar ao segundo arame, o que fica mais distante. Já não é nova, a D. Luisa. Nesse esforço de se esticar toda para chegar ao segundo arama, esborracha o peito contra o parapeito e fica afogueada. Pronto. Foi um útilo esforço e já está. Fecha a janela.

 

Assim está a cidade. Dormente, vagarosa.