Tempo de Natal também é Natal de Tempo
Mensagens de Natal chegam às catadupas à minha caixa de correio electrónica. Porque é simples, porque é fácil, porque é barato. Simplesmente. Pode enviar-se rápida e convenientemente uma frase para toda a gente que consta da lista de endereços por esta ou aquela razão. E assim, de repente, recebo na minha caixa de correio electrónica frases e mensagesn de pessoas que durante os dias do ano não me falam, não me procuram mas que afinal têm o meu nome, por uma qualquer razão, na sua lista de contactos.
Curioso este mundo.
Esse gesto de enviar uma mensagem, mesmo que às cegas para toda a gente, não deixa de ser um estender a mão para toda uma humanidade que está ali e é sem dúvida uma atitude gregária como que a dizer "estou aqui".
Porque corremos nesta vida apressada, sem tempo para olhar nos olhos e dizer de viva voz o que nos vai na alma. Gosto dos telefonemas, dos encontros para troca de prendinhas, dos cafezinhos a provar que para além de uma memória fugidia numa lista de contactos sou importante suficiente na vida dos outros para lhes merecer um pouco do seu tempo.
De facto, o presente que mais apreciei este Natal foi o tempo. O tempo da minha família, dos meus amigos, o tempo de simplesmente estar.
Gosto de estar com as pessoas. Por isso o meu Natal continua; só um dia é muito pouco para conseguir estar com toda a gente de quem gosto.