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an-dando

Quando me escrevo, descrevo. Quando descrevo, estou. Quando estou, dou.

an-dando

Quando me escrevo, descrevo. Quando descrevo, estou. Quando estou, dou.

Morte

19.03.09

As despedidas bruscas e repentinas atordoam-me sempre. Mas a morte, essa então, põe-me em estado de choque. Num momento está aqui e no momento seguinte já não está. Num momento, existe a esperança, o convencer-me que não, não é ainda o fim,. tudo há-de dar uma volta qualquer, ainda é possível... No momento seguinte, já não há nada a fazer, a dura realidade está ali para que eu a mastigue, esse vazio do tamanho do mundo que me põe zonza porque não abarco.

Deixar partir é difícil. Às vezes quero que os capítulos não acabem. Ás vezes quero que as pessoas continuem presentes fisicamente na minha vida.

Tenho que fazer um esforço para perceber que essa passagem não tem que ser um drama, que as pessoas continuam a fazer parte da minha vida, que a memória conserva essas ligações preciosas.

Há pessoas que, mesmo que fisicamente não estejam aqui, continuam presentes em mim, com quem continuo a aprender e de quem continuo a receber.

É verdade que a relação se altera. Não vejo mais o outro, não o posso abraçar nem beijar. Mas nem por isso a relação acaba.

Afinal, a morte simplesmente modifica. Será que sou capaz de entender isto?