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an-dando

Quando me escrevo, descrevo. Quando descrevo, estou. Quando estou, dou.

an-dando

Quando me escrevo, descrevo. Quando descrevo, estou. Quando estou, dou.

Coragem!

17.03.09

Hoje acordei-me docemente. Com carinho, levantei o meu corpo da cama, dei-lhe banho, vesti-o e depois olhei-o no espelho. Escolhi uns brincos diferentes porque ontem perdi um dos que costumo usar. Tornei a olhar a ver como ficou. Contente com o resultado, levei-me para a cozinha, preparei-me o pequeno almoço que calmamente fui tomar, sentada na sala. Quando acabei, arrumei tudo, fiz a cama, desenhei com determinação um sorriso com os meus lábios e mentalmente preparei-me para sair de casa.

Tudo em mim gritou que não, que não fosse, que pudesse ficar nesse espaço tranquilo, sem guerras, sem esforço.

Mais uma vez, com carinho fiz-me ver que não. Hoje não dava para ficar.

Quando o entusiasmo enche o meu peito, é fácil ir,  viver o dia, transmitir alegria e força a tudo o que me rodeia. E quando não é assim? Quando sinto essa dor a teimar em não passar, quando as lágrimas, determinadas, arranjam forma de correr pela minha cara, quando nada posso fazer para mudar o rumo das coisas que me magoam?

Suavemente pego-me na mão, agarro as chaves do carro, levo-me devagarinho, dou-me um abraço, faço-me uma festa na cabeça.

Mais uma vez, desenho-me um sorriso com os meus lábios. Depois, coloco um pouco de brilho nos meus olhos, obrigo-me a olhar o sol, a sentir o cheiro da Primavera, a ouvir o chilrear dos passarinhos.

Com doçura, sussurro "Coragem!" ao meu ouvido.

Olho em frente, ligo o carro, devagarinho saio do estacionamento e parto para mais um dia.